Foto: Joao Paulo Burini
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou, nesta terça-feira (3), o Boletim Epidemiológico das Arboviroses nº 12/2024, revelando um total de 16.004 casos confirmados, sendo 14.253 de dengue (89,06%), 1.665 de chikungunya (10,40%) e 86 de zika (0,54%).
De acordo com o relatório, o destaque está para a dengue, que representa quase 90% do total de casos, podendo ser contraídos até quatro vezes devido à existência de quatro sorotipos. Os dados abrangem o período até a 48ª Semana Epidemiológica, encerrada em 30 de novembro de 2024.
O boletim evidencia que a dengue continua com um número significativo de casos, incluindo 183 registros de sinais de alarme ou formas graves da doença. O total de óbitos confirmados por dengue chega a 11, com vítimas nos municípios de Cabedelo (1); Camalaú (1); Campina Grande (2); Catolé do Rocha (1); Conde (1); João Pessoa (2); Lucena (01); Massaranduba (1) e São João do Rio do Peixe (1), sendo 1 óbito em investigação no município de Itabaiana.
No que se refere ao chikungunya, o boletim registra 1.665 casos prováveis de chikungunya e 5 óbitos confirmados, com maior incidência em Campina Grande, João Pessoa e Monteiro. Para zika, a situação permanece controlada, com 86 casos prováveis e nenhum óbito. Em relação às análises laboratoriais, foram realizados 5.835 exames sorológicos para dengue, com 18,34% de resultados reagentes, predominando o sorotipo DENV-2. Já para chikungunya, foram feitos 4.607 exames, com 25,22% de resultados positivos, enquanto os exames para zika apresentaram apenas 0,79% de positividade.
A técnica responsável pelas Arboviroses, Carla Jaciara, menciona que o estado contabiliza três casos autóctones, ou seja, contraídos no próprio território, e um importado de febre de Oropouche. Ela também alerta que, embora as autoridades de saúde estejam monitorando e reagindo a essas ocorrências, a participação da população é fundamental. “Dentro desse contexto do plano de contingência das arboviroses, é importante que a população exerça o seu papel de cidadão, faça sua atividade diária para a eliminação do foco de forma adequada, de forma correta, como também o armazenamento de água de forma correta”, destacou. Ainda segundo a técnica, em paralelo, os municípios devem permanecer atentos e vigilantes, com medidas de prevenção e controle sendo aplicadas de forma eficaz para evitar mais casos e agravos à saúde pública.
Além disso, a SES promoveu a Semana Estadual de Mobilização contra a Dengue, que aconteceu entre os dias 25 e 29 de novembro de 2024. Durante essa semana, os municípios foram incentivados a realizar atividades de combate, controle e conscientização em seus territórios, em parceria com o estado. Os agentes, em ação, distribuíram panfletos e guias de elaboração do plano de contingência para as gerências regionais e municípios, reforçando a importância da ação colaborativa.
A Saúde da Paraíba tem intensificado as ações de vigilância e combate, especialmente no período crítico de alta transmissão, e continua com o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), sendo o próximo Levantamento LIRAa/LIA programado para acontecer entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2025, com o objetivo de mapear focos do mosquito e intensificar ações de controle nas áreas de maior risco, e os dados obtidos deverão orientar as ações preventivas e corretivas no estado.
O Boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) traz ainda um panorama das ações realizadas para a vigilância da Febre Oropouche, uma arbovirose transmitida pelo mosquito “maruim”, com sintomas semelhantes aos da dengue, chikungunya e zika. Dentre as iniciativas, destacam-se as testagens realizadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB), as reuniões de alinhamento com as equipes municipais e a divulgação de orientações técnicas para fortalecer a vigilância. Foram também realizadas visitas técnicas a municípios como Barra de Santana, Pilões e Alagoa Nova para monitoramento de áreas vulneráveis, além de atividades de vigilância entomológica em localidades estratégicas, como João Pessoa e Itabaiana, visando mapear riscos e otimizar as ações de prevenção e controle da arbovirose.
Da redação