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Lula admite erro na comunicação do governo e diz ser obrigado a fazer "correções necessárias"
Nacional
Publicado em 09/12/2024

(Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu erros em seu terceiro governo no Executivo federal e responsabilizou a comunicação como um dos principais pilares a serem corrigidos. Em sua avaliação, o governo faz entregas, mas a sociedade não tem informações sobre o que é feito.

“Nesses dois anos de governo, já fiz muito mais entrega de políticas públicas à sociedade do que fiz nos oito anos anteriores. Eu sinto que, cada vez que eu viajo, converso, que atendo ministro, que nós não estamos entregando de forma adequada para que a sociedade tenha as informações daquilo que nós fizemos”, comentou Lula, em participação remota no encerramento de seminário do Partido dos Trabalhadores (PT). O evento ocorre nesta sexta-feira, 6, em Brasília.

Lula se mostrou responsável, em parte, por tal “erro” na comunicação. O presidente apontou que não tem dado entrevistas coletivas e que foca suas entrevistas a rádios locais. Segundo ele, agora, é preciso mudar a postura e fazer aquilo que precisa ser feito.

“Eu adoro falar em rádio e é preciso que, a partir de agora, a gente comece a fazer do jeito que precisa ser feito, porque não serão nossos adversários que falarão bem de nós. Somos nós que temos que falar bem de nós e daquilo que estamos fazendo”, disse.

“Há um erro no governo na questão da comunicação, e eu sou obrigado a fazer as correções necessárias para que a gente não reclame que não estamos nos comunicando bem”, acrescentou. Atualmente, o chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) é Paulo Pimenta. Como mostrou o Estadão/Broadcast Político, Lula quer trazer Sidônio Palmeira, responsável por sua campanha vitoriosa em 2022, para mais perto e colocá-lo no lugar de Pimenta.

Diante disso, Lula disse que o governo precisará divulgar “corretamente” o que já foi lançado, dizendo que essa lacuna o preocupa. “Nós não estamos conseguindo colocar as coisas que nós fazemos, e essa é uma das minhas preocupações que eu quero começar a resolver”, comentou.

Na fala, o presidente também responsabilizou o PT por uma falta de suporte dado à comunicação do governo. Lula afirmou que quer resolver a comunicação junto com a legenda, “que tem obrigações em divulgar o que o governo faz”. Para ele, o partido tem um “problema sério” com a formação política, uma vez que o jeito de se fazer política ficou mais institucionalizado. Em sua visão, o partido não deve ficar subordinado a mandato de deputado.

Lula diz que há muito a aprender com debates do PT sobre problemas no governo

Lula também lamentou não participar presencialmente do seminário promovido pelo PT em Brasília porque, em sua avaliação, há muito o que aprender nos debates organizados sobre os problemas do governo e angústias da legenda.

“É uma pena que eu não possa estar em Brasília participando desse evento desde quinta-feira porque eu penso que eu teria muito o que aprender com os debates sobre formação política, sobre as angústias do nosso partido, sobre os problemas do nosso governo e sobre a expectativa da nossa militância”, afirmou.

Na quinta-feira, 5, o petista anunciou que fará uma reunião ministerial no próximo dia 19. O presidente disse que, no encontro, vai “dizer algumas mensagens” aos chefes das pastas.

O chefe do Executivo federal faz sua participação do evento de forma ao vivo e remota. Lula está em São Paulo, onde deve participar de jantar organizado pelo grupo Prerrogativas nesta noite. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, será homenageada.

“O PT e o meu governo têm culpa, porque a gente não pode permitir, em nenhum momento, que alguém que pensa como pensa a extrema-direita no nosso País tenha mais espaço nas redes sociais que nós, tenha mais informações na internet do que nós”, disse. Lula citou o avanço da extrema-feira nas redes sociais e mostrou o vazio do partido e do governo na internet. Ele disse que, antigamente, se insinuava que a Globo era culpada pela falta de informação da sociedade.

Da redação com Band / Uol

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